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Em mais de 60 anos, a Indústria Naval brasileira gerou empregos, exportou produtos e estimulou a economia nacional. Devido à crise econômica, desinteresse de líderes políticos e agora à pandemia do coronavírus, o setor entrou em declínio, afetando diretamente aqueles que um dia favoreceu.
Neste texto, iremos abordar a importância da indústria em âmbito nacional e a necessidade de sua retomada para que possamos curar as feridas econômicas. Continue lendo para saber mais.
A crise econômica e seus impactos na Indústria Naval no Brasil
Durante os últimos cinco anos, a Indústria Naval no país foi duramente afetada pelo retrocesso econômico. Fomos expectadores de uma grande queda no número de empregos e investimentos. Em 2020, a situação não foi diferente. O impacto da pandemia não ajudou no desenvolvimento positivo deste setor, pelo contrário, aumentou o deficit que já existia, além de gerar mais desemprego entre os brasileiros.
Para piorar, o atual governo não tem demonstrado muito apoio ao setor. De acordo com declarações, a produção local não é competitiva em comparação com a que acontece em outros países, principalmente em países asiáticos e europeus, as potências do ramo. Acreditam que a importação de navios de cabotagem é muito mais viável e que a Indústria Naval brasileira pode sobreviver apenas realizando reparos em embarcações.
No entanto, essa ideia é facilmente descreditada quando avaliamos o conhecimento técnico dos profissionais atuantes em estaleiros brasileiros. Seus conhecimentos se equiparam aos asiáticos e europeus, pois seu modus operandi apresenta altos índices de produtividade, podendo superar a capacidade de estaleiros internacionais.
Os efeitos de uma Indústria Naval bem estruturada
Segundo dados do IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), políticas de apoio a produção de conteúdo local aliadas à grande demanda entre os anos 2004 e 2014, gerou um crescimento industrial de quase 20% por ano.
À época, tal crescimento rendeu resultados muito positivos, como a construção de cerca de 600 embarcações, geração de 80 mil empregos diretos e 400 mil indiretos, qualificação de trabalhadores da cadeia produtiva de óleo e gás, e o desenvolvimento econômico dos municípios onde se encontram os estaleiros navais.
Isso tudo prova que, se houver novos investimentos na produção nacional, invés da importação de produtos dos países vizinhos, a probabilidade do surgimento de uma nova onda de empregos em toda cadeia produtiva e do afloramento da economia é muito grande.
Como retomar a Indústria Naval após a crise do COVID-19
A fim de estimular o setor e, consequentemente, a economia brasileira, gerando novos empregos e oportunidades, é preciso criar programas de incentivo que viabilizem projetos estratégicos voltados aos estaleiros navais já existentes. Novas políticas de Estado que valorizem condições econômicas, financeiras e trabalhistas irão cooperar para tornar a nossa indústria mais competitiva dentro do cenário mundial.
De uns tempos para cá, as nossas encomendas foram direcionadas a estaleiros asiáticos, dessa forma, exportando atividades que poderiam ser realizadas no Brasil. Apesar de ainda ser difícil, uma das metas pós COVID-19 deverá ser distribuir tais demandas de volta aos operários brasileiros.
Na década anterior ao declínio, o Brasil capacitou e qualificou milhares de cidadãos que atuaram direta ou indiretamente com a Indústria Naval. No momento, com a redução do número de empregos, os mesmos passaram a atuar em outras áreas, porém, se necessário, ainda estão ávidos a retomar seus antigos postos.
Uma Indústria Naval brasileira bem estruturada após a pandemia irá resultar em diversos benefícios à economia do país e aos brasileiros. Continue acompanhando o blog da Serfer para mais informações sobre o setor metalúrgico!